Por que é tão importante impor limites?
Muitos responsáveis têm dificuldades de estabelecer limites em crianças e adolescentes. Entenda a importância dos limites para o bem-estar familiar.
A criação de filhos é um desafio que se inicia no nascimento. Impor limites é uma das tarefas que precisa ser estabelecida ainda na primeira infância, tanto para proteção, quanto para o bem-estar do bebê e da família.
Porém, essa tarefa não é simples, e estudos indicam que ao longo das gerações de pais e filhos tornou-se uma dificuldade ainda maior. De acordo com a pesquisadora Tania Zagury, na década de 60 a percepção sobre educação mudou radicalmente, pois, “a revolução estudantil na França, em 1968, repercutiu em todos os países do Ocidente, como um movimento de liberdade de uma maneira geral, e isso se refletiu na educação das famílias”.
Dessa forma, ela completa, o que se estabeleceu foi uma geração de responsáveis que passaram da repressão à liberdade total.
“[Esses responsáveis] eram leigos e não conseguiram prever as consequências disso. Os pais que criam filhos hoje são os filhos dessa geração. Embora parte queira dar limites e entenda essa necessidade, eles não sabem bem como fazer e têm dificuldade de abrir mão de seus próprios quereres. Quem não recebeu limite também não gosta muito de ter o trabalho de impor. Dar limite é chato, difícil, cansativo, são anos de trabalho diário e ininterrupto”, afirmou em entrevista para o portal da Revista Crescer.
Impor limites no ambiente familiar
Dar limites significa determinar às pessoas o que precisamos e queremos. Essas determinações podem ser diferentes do que outras pessoas precisam e querem, o que gera frustração. Impor limites é, portanto, estabelecer linhas com os outros – e conosco – que não devem ser cruzadas.
Dentro do ambiente familiar, as condições que limitam atitudes servem para o bem-estar coletivo e, certamente, ajudará na formação de adultos capazes de entender os limites que surgirão na escola, no trabalho, nos relacionamentos e na sociedade, de modo geral.
Para que os limites e as regras sejam seguidas é essencial que os responsáveis conversem com as crianças e adolescentes que seguirão as regras. É importante que entendam que isso é para o bem-estar de todos, inclusive deles mesmos. Vale ressaltar que caso haja alguma resistência mais forte contra os limites, os responsáveis não devem ceder.
Com muito diálogo e amor os limites poderão ser um aplicados e os próprios responsáveis poderão mostrar e desfrutar dos benefícios, como uma boa noite de descanso, a organização da casa, a segurança de todos, etc.
Limite como autocuidado
Ao falar em limites, também podemos refletir sobre a individualidade de cada um. Perguntas como “o que eu quero?” “O que me faz sentir confortável?” são importantes e precisam ser respondidas e respeitadas.
Esse comportamento vai permitir que você se respeite mais, e consequentemente, os outros também vão te respeitar em função dos limites que você estabeleceu. Da mesma forma, as crianças e adolescentes, ao aprenderem sobre os limites que podem impor a outras pessoas, como desconhecidos e colegas, se sentirão confiantes para buscar mais autoconhecimento e se manterem seguros.
Limites para a autoestima
Impor limites provavelmente vai trazer um aumento considerável da sua autoestima, já que priorizar a si mesmo fará você perder o medo de mostrar como você é. Isso levará você a se sentir livre de culpa por não fazer sempre o que os outros esperam que você faça. Aprender a estabelecer limites também é dizer “NÃO” quando temos vontade.
Mas tudo isso não é somete sobre nós, os limites das outras pessoas também existem e devemos respeitar assim como determinamos que os nossos sejam respeitados. Ao conseguir respeitar seus limites e os dos outros, as relações vão se tornando saudáveis e estáveis.
Todos esses tópicos que levantamos aqui são importantes para que as relações, na família, no trabalho ou na sociedade, sejam cada vez mais equilibradas.
Filhos precisam de limites para crescerem saudáveis, seguros e autoconfiantes. Na mesma proporção, quando os responsáveis estabelecem limites para si mesmos, conseguem um equilíbrio emocional muito importante para o bem de todos.
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