Meu filho odeia a escola. E agora?

Criança que odeia a escola
Criança que odeia a escola. Como ajudar?

Um dos grandes desafios dos responsáveis é entender o porquê seus filhos evitam as aulas. Buscar orientação de psicólogos pode ser essencial para ajudá-los.

Alguma vez você já ouviu uma criança dizer que odeia a escola?

Embora possa parecer inofensiva, dependendo do contexto, essa frase pode gerar preocupação e deve ser investigada. Ignorar algumas mensagens que crianças e adolescentes apresentam pode ser perigoso.

De acordo com uma pesquisa do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – 40% de estudantes adolescentes admitiram ter sofrido bullying na escola. Como sabemos, a escola pode ser um lugar hostil para algumas crianças e adolescentes, causando insegurança, medo e tristeza, o que seria suficiente para dizer que odeia a escola.

Porém, nem sempre o que as crianças dizem significa um caso extremo como bullying e, por isso, investigar e entender o que querem dizer é fundamental. Com o apoio de um psicólogo, essas crianças e adolescentes se sentirão mais à vontade para falar de seus sentimentos e emoções em relação à escola e, assim, os responsáveis conseguirão chegar a um caminho para ajuda-los em seus conflitos, frustrações e medos.

Separei algumas dicas iniciais para que os responsáveis consigam identificar o porque a criança diz que odeia a escola. Confira.

Faça perguntas objetivas e ouça com atenção

Pergunte aos seu filho “Por que você odeia a escola?”

Ao receber a resposta, tenha em mente que o sentimento de odiar a escola pode ter várias origens, variando de questões acadêmicas a sociais e emocionais. É crucial entender que, embora os motivos possam ser variados, os sentimentos da criança são reais e merecem validação, validação esta, que pode ser feita através da conversa e do acolhimento diante da situação.

Quando conversar sobre como foi o dia da criança ou do adolescente, evite ser generalista. Pergunte de maneira mais específica:

  • O que você aprendeu hoje?
  • Qual matéria foi mais legal?
  • Como sua amiga ou amigo estavam?
  • Como você foi no trabalho que ia apresentar?
  • Como você se sentiu por ter esquecido o material?

Os responsáveis podem, ainda, retomar assuntos mais sensíveis, como uma pequena briga com o colega na semana anterior, ou sobre um aborrecimento, para verificar se foi superado. Essas conversas mais profundas poderão ser benéficas em vários aspectos do relacionamento dentro das famílias.

Dicas para acolher e orientar quem odeia a escola

Entender a perspectiva da criança e oferecer apoio emocional é essencial para ajudá-la a superar o ódio à escola e a aversão a temas relativos a esta, que possam ter surgido durante essa fase. Aqui estão algumas dicas que vão ajudar os pais nesse processo:

  • 1.Tenha uma comunicação empática:
    Mostre interesse genuíno pelo que a criança está sentindo. Faça perguntas abertas para que ela possa expressar seus sentimentos livremente e ouça atentamente, sempre mediando, mas nunca minimizando o que é relatado.
  • 2. Valide os sentimentos
    Garanta à criança que é normal ter emoções negativas em relação à escola. Demonstre que você compreende os sentimentos dela.
  • 3. Explore as razões:
    De forma sensível, pergunte para a criança sobre as razões pelas quais ela odeia a escola. Pode ser um problema com colegas, um desafio nas lições ou algo mais profundo.
  • 3. Crie um espaço seguro:
    Assegure que a criança sinta que pode compartilhar seus medos e preocupações sem julgamento ou repressão. Dedique tempo e se coloque no lugar dela.
  • 4. Busque soluções juntos:
    Colabore com a criança para encontrar soluções. Isso ajuda a empoderá-la e a desenvolver habilidades de resolução de problemas e autoconfiança.
  • 5. Foque nas paixões:
    Incentive a exploração dos interesses da criança fora da escola. Isso pode criar uma sensação de equilíbrio e realização.
  • 6. Fale com a escola:
    Mantenha uma comunicação aberta com os professores e orientadores para resolver qualquer problema de aprendizagem ou disciplina. Além de mostrar que está disponível, demonstre que deseja estar mais próximo da escola e dos professores para o bem-estar dessa criança ou adolescente.

Acredite no seu papel de cuidador

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Crianças e adolescentes enxergam em seus responsáveis as pessoas mais importantes e que mais podem cuidar delas. É fato que, em algumas fases, as crises de relacionamento podem ser acentuadas por diversos motivos, mas com paciência e amor, isso poderá ser superado.

Através da compreensão empática, da comunicação aberta e desse abraçar da jornada da criança, os responsáveis poderão acolher e orientar de maneira mais eficaz.

Vale lembrar que a jornada educacional é única para cada criança, por isso, fornecer um espaço seguro para expressar sentimentos pode ser o primeiro passo para uma transformação positiva. A dedicação em compreender as necessidades emocionais de seus filhos, a disposição em acompanhar, orientar e abraçar os sentimentos de suas crianças, resulta em um ambiente escolar mais acolhedor e gratificante.

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