O que é sensibilidade sensorial?

Entender a sensibilidade sensorial, que pode ser hiper ou hipo, é muito importante para ajudar crianças e adultos que enfrentam esse transtorno. Com apoio é possível ter uma vida mais tranquila

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A sensibilidade sensorial passou a ser mais comentada depois que Bless Ewbank, filho de Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso, apresentou sinais que chamaram a atenção da família. Ao utilizarmos nossos sentidos (audição, visão, paladar, tato e olfato) podemos perceber e nos relacionar com o mundo exterior. Quando a forma como isso acontece está fora de um padrão reconhecido, podemos considerar que a pessoa tem o chamado TPS –  Transtorno do Processamento Sensorial. 

O TPS é uma condição neurofisiológica em que o cérebro e o sistema nervoso têm dificuldade em entender e processar os estímulos do ambiente e os sentidos, e normalmente tem os primeiros sinais . Os sinais mais comuns são: audição, tato e olfato hipersensíveis ou, ainda, hiposensíveis. Por exemplo, uma pessoa hipersensível pode evitar ser tocada, enquanto a hiposensível tende a procurar pelo estímulo de sentir os objetos e pode gostar de ficar em lugares mais quentes, apertados ou restritos.

Gostaria de destacar que a sensibilidade sensorial é um fenômeno intrínseco à experiência humana e um tema complexo e multifacetado, Hoje vamos falar um pouco mais sobre como a sensibilidade sensorial afeta nossa percepção, comportamento e bem-estar emocional.

O que é Sensibilidade Sensorial?

Antes de mergulharmos mais fundo, é fundamental compreender o que significa sensibilidade sensorial. No contexto psicológico, a sensibilidade sensorial refere-se à capacidade individual de perceber e processar estímulos sensoriais do ambiente. Esses estímulos podem incluir som, luz, tato, cheiro e sabor. Enquanto algumas pessoas podem ter uma sensibilidade sensorial mais aguçada, outras podem ser menos sensíveis a certos estímulos.

Entendendo a hipersensibilidade

Quando os sintomas são mais intensos, alguns sinais podem ser notados para que os responsáveis, ou pessoas próximas, possam indicar a busca por ajuda. São eles:

  • Pessoa evita abraços ou resiste a toques físicos
  • Apresentar estresse, silêncio ou medo repentino
  • Se recusar em vestir certas roupas e tecidos
  • Apresentar agitação excessiva com sons comuns
  • Ter excessiva sensibilidade à luz e sons (protegendo olhos ou ouvidos)
  • Ter dificuldades com habilidades motoras finas, como escrever ou desenhar
  • Se recusar em comer certos alimentos ou sentir alguns cheiros
  • Sentir dor com maior facilidade
  • Ter grande dificuldade de adaptação a ambientes distintos, fora de casa
  • Apresentar dificuldade para expressar suas sensações

Entendendo a hiposensibilidade

Refere-se a pessoas que sentem os estímulos com menos intensidade. Neste caso, para ajudar essas pessoas é preciso entender que os sintomas mais comuns são:

  • Busca por brincadeiras físicas intensas e, quando crianças, podendo machucar outras crianças sem se dar conta disso
  • A pessoa tem pouca resposta à dor
  • Acostuma-se a fazer tudo com mais força, como abraçar ou escovar os dentes
  • Apresenta pouca noção espacial  o que pode levar a esbarrar em outras coisas e pessoas
  • Tem o hábito de cheirar e encostar em diferentes objetos
  • Mania de morder objetos ou simplesmente colocá-los na boca com frequência, mesmo quando adultos
  • Quando criança, costuma fazer muita “bagunça”
  • Tem preferência por sons altos

Impacto da sensibilidade sensorial no dia a dia 

A sensibilidade sensorial desempenha um papel significativo em diversas áreas da vida cotidiana, desde a interação social até a saúde mental. pessoas com uma sensibilidade sensorial elevada podem experimentar uma sobrecarga sensorial mais facilmente em ambientes ruidosos ou super estimulantes, o que pode levar a sentimentos de ansiedade e desconforto. Por outro lado, pessoas com sensibilidade sensorial reduzida podem buscar estímulos sensoriais mais intensos para se sentirem plenamente engajados e satisfeitos.

Abordagens terapêuticas para gerenciar a sensibilidade sensorial

A psicologia oferece diversas abordagens terapêuticas para ajudar pessoas a gerenciarem sua sensibilidade sensorial e melhorar seu bem-estar emocional. A Terapia Ocupacional de Integração Sensorial, por exemplo, é uma abordagem baseada em evidências que visa ajudar as pessoas a processar e responder de forma adaptativa aos estímulos sensoriais. Além disso, a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) pode ser eficaz na redução da ansiedade associada à sensibilidade sensorial, através da identificação e modificação de padrões de pensamento disfuncionais.

A Importância da autoconsciência

A autoconsciência desempenha um papel fundamental na gestão da sensibilidade sensorial, pois, ao reconhecer e compreender suas próprias necessidades sensoriais, as pessoas podem desenvolver estratégias eficazes para lidar com situações desafiadoras e promover um maior equilíbrio emocional. Praticar a atenção plena e a autorregulação emocional pode ajudar a cultivar essa autoconsciência, permitindo que as pessoas se sintam mais capacitadas para enfrentar os desafios associados à sensibilidade sensorial.

Conclusão 

Embora o distúrbio de sensibilidade sensorial não tenha cura e afete cerca de 5% das crianças em idade escolar e, ainda, uma quantidade significativa de adultos, é uma condição que possui tratamentos que podem ajudar quem convive com o TPS. Vale destacar que, embora possa afetar qualquer pessoa, costuma ser mais comum em indivíduos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), Transtorno de Ansiedade e Transtornos do Humor.

Não existe um teste específico para identificar a síndrome sensorial. Isso pode assustar algumas famílias, com receio de não saber como ajudar a criança. Mas, a  boa notícia é que, com base nos sintomas apresentados pela pessoa e na avaliação do histórico médico e comportamental, um caminho poderá ser encontrado.

Para o sucesso desse diagnóstico, entretanto, é essencial que as pessoas responsáveis ou próximas a quem apresenta essa dificuldade de sensibilidade sensorial, estejam atentos aos aos comportamentos da criança ou do adulto, descrevendo com detalhes o dia a dia e, assim, oferecer uma perspectiva completa para os profissionais envolvidos. 

Destacamos aqui que o não julgamento precoce é muito importante. Muitas vezes a falta de conhecimento gera preconceito e rotulação, como pessoas com “frescura” ou como comportamento típico de “alguém mimado”. Lembre-se: para ser adequadamente diagnosticado e tratado, o TPS precisa ser notado e aceito. Para ter ajuda em cada etapa desse processo procure a equipe KPsicologia. Clique aqui e fale conosco.