O que são crises psicológicas? Conheça 5 tipos

As crises psicológicas são episódios de intenso sofrimento emocional que podem afetar qualquer pessoa, em qualquer fase da vida. Veja quais são os tratamentos 

crises psicologicas

As crises psicológicas são momentos em que o indivíduo enfrenta um desequilíbrio emocional intenso, geralmente desencadeado por situações estressantes ou traumáticas. Essas crises podem variar em intensidade e duração, podendo ser pontuais ou persistir por longos períodos.

Problemas de saúde mental têm se tornado cada vez mais comuns em todo o mundo. A ansiedade, por exemplo, atinge mais de 260 milhões de pessoas. Aliás, o Brasil é o país com o maior número de pessoas ansiosas: 9,3% da população, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). E não para por aí. Novos dados mostram que 86% dos brasileiros sofrem com algum transtorno mental, como ansiedade e depressão, como mostra matéria da Veja, clique aqui para ler.

As crises psicológicas são caracterizadas por sentimentos de ansiedade, medo, tristeza profunda, ou até mesmo desespero, impactando diretamente a capacidade de lidar com as atividades diárias e de tomar decisões racionais. 

O termo “crise psicológica” não se refere necessariamente a um diagnóstico clínico específico, mas a um estado emocional em que o suporte profissional pode ser necessário para restaurar o equilíbrio mental. Para cada tipo de crise, existem abordagens terapêuticas específicas, que variam de acordo com a natureza e a intensidade do sofrimento experimentado pelo indivíduo.

Diferença entre crise psicológica e síndrome psicológica

A diferença está relacionada principalmente à natureza, duração e impacto dos dois fenômenos na pessoa:

Crises Psicológicas: são episódios agudos e intensos de sofrimento emocional, que geralmente surgem em resposta a um evento específico ou a uma situação traumática, como a perda de um ente querido, um acidente ou um rompimento de relacionamento. As crises tendem a ser mais curtas, com duração de horas a semanas, mas são marcadas por uma grande intensidade emocional, como medo extremo, ansiedade ou desespero. Elas podem ocorrer em pessoas que não têm transtornos mentais pré-existentes e muitas vezes são reações temporárias a um estressor específico. Entretanto, se não tratadas adequadamente, podem levar ao desenvolvimento de transtornos mais graves.

Síndromes Psicológicas: são conjuntos de sintomas que se manifestam de maneira contínua e persistente, formando um quadro clínico reconhecido e diagnosticado. Essas síndromes são frequentemente associadas a transtornos mentais, como a síndrome do pânico, a síndrome de burnout, a síndrome de Asperger, entre outras. Elas tendem a durar por longos períodos (meses ou anos), e geralmente requerem tratamento psicológico e/ou psiquiátrico prolongado, como psicoterapia e, em alguns casos, medicação. As síndromes são crônicas ou recorrentes, e têm causas multifatoriais que envolvem componentes biológicos, psicológicos e ambientais.

Tipos de crises psicológicas

Agora que já verificamos a diferença entre síndromes psicológicas e crises psicológicas, vamos ver que as crises são classificadas em diferentes tipos, dependendo das causas e sintomas. 

Principais tipos de crises psicológicas:

  • 1. Crise de ansiedade: Uma crise de ansiedade, ou ataque de pânico, é um episódio de medo extremo, que muitas vezes aparece sem aviso. Os sintomas incluem taquicardia, sudorese, tremores, sensação de falta de ar, tontura e até uma sensação de que algo terrível vai acontecer. Essas crises podem durar de minutos a horas, e o medo pode ser tão intenso que a pessoa sente que está perdendo o controle ou que vai morrer.
  • 2. Crise depressiva: A crise depressiva é caracterizada por um episódio de tristeza profunda, perda de interesse nas atividades cotidianas e sentimentos de desesperança. Nesses momentos, a pessoa pode se sentir isolada, sem valor e sem perspectiva de melhora. A crise pode ser desencadeada por eventos traumáticos, como a perda de um ente querido, dificuldades financeiras ou problemas de saúde, e pode durar dias ou até semanas.
  • 3. Crise de estresse pós-traumático: O transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) surge após a exposição a um evento traumático, como um acidente grave, agressão física, abuso sexual ou guerras. Durante uma crise, a pessoa revive o trauma através de flashbacks, pesadelos ou pensamentos intrusivos. Isso pode ser acompanhado de hipervigilância, evitação de situações relacionadas ao trauma e dificuldades em controlar as emoções.
  • 4. Crise de identidade ou existencial: Essas crises ocorrem quando o indivíduo começa a questionar aspectos fundamentais de sua vida, como o propósito, valores e o sentido de sua existência. São comuns em momentos de transição ou após eventos marcantes, como a aposentadoria, o nascimento de um filho ou a perda de um emprego. Durante essas crises, a pessoa pode sentir um profundo vazio emocional, acompanhada de ansiedade e confusão.
  • 5. Crise psicótica: A crise psicótica envolve a perda do contato com a realidade. Durante uma crise psicótica, a pessoa pode experienciar alucinações (ver ou ouvir coisas que não existem) e delírios (crenças falsas, como achar que está sendo perseguido). Essas crises podem ser um sintoma de transtornos psiquiátricos mais graves, como a esquizofrenia ou transtorno bipolar, e requerem tratamento imediato.

Quais tratamentos são indicados para crises psicológicas

Cada tipo de crise psicológica demanda um tratamento específico, ajustado às necessidades do paciente e à gravidade dos sintomas. Confira, a seguir, as principais abordagens terapêuticas para cada tipo de crise.

1. Tratamento para crise de ansiedade

O tratamento para crises de ansiedade pode incluir uma combinação de psicoterapia e medicamentos. A terapia cognitivo-comportamental (TCC), oferecida aqui na KPsicologia,  é uma abordagem amplamente utilizada para ajudar a pessoa a identificar e mudar pensamentos negativos e distorcidos que alimentam a ansiedade. Técnicas de relaxamento, como a respiração diafragmática e a atenção plena (mindfulness), também podem ser úteis.

Em casos mais graves, medicamentos ansiolíticos podem ser prescritos para controlar os sintomas a curto prazo. No entanto, o uso prolongado de medicação geralmente é evitado devido ao risco de dependência.

2. Tratamento para crise depressiva

Assim como na ansiedade, a terapia cognitivo-comportamental é uma opção eficaz para tratar crises depressivas. O objetivo da TCC é modificar padrões de pensamento negativos e incentivar a pessoa a se envolver em atividades que promovam bem-estar.

Além disso, o uso de antidepressivos pode ser necessário para equilibrar os neurotransmissores no cérebro, ajudando a estabilizar o humor. Em casos graves, como o risco de suicídio, pode ser necessário um tratamento mais intensivo.

3. Tratamento para estresse pós-traumático

A Terapia de exposição é uma das abordagens mais eficazes para o tratamento do TEPT. Essa técnica envolve ajudar a pessoa a reviver, de forma controlada, o trauma que desencadeou o transtorno, a fim de processá-lo de maneira mais saudável. Outra opção é a terapia EMDR (Dessensibilização e Reprocessamento através de Movimentos Oculares), que utiliza movimentos oculares para auxiliar o cérebro a reprocessar memórias traumáticas.

Em alguns casos, medicamentos como antidepressivos também podem ser recomendados para aliviar sintomas de ansiedade e depressão associados ao TEPT.

4. Tratamento para crise de identidade ou existencial

O tratamento para crises de identidade geralmente envolve psicoterapia para ajudar o indivíduo a explorar suas dúvidas e sentimentos em relação à sua identidade e ao propósito da vida. A terapia humanista, que foca no desenvolvimento pessoal e no autoconhecimento, pode ser especialmente útil nesse contexto. A prática de mindfulness e outras técnicas de autorreflexão também podem ajudar a pessoa a lidar melhor com o vazio emocional.

5. Tratamento para crise psicótica

As crises psicóticas necessitam de tratamento imediato, e a hospitalização pode ser necessária em situações de risco. Antipsicóticos são frequentemente prescritos para controlar os sintomas, e a psicoterapia pode ser usada em longo prazo para ajudar o indivíduo a lidar com a condição. É crucial o acompanhamento psiquiátrico e o suporte de uma equipe multidisciplinar, que pode incluir médicos, psicólogos e assistentes sociais.

Buscar ajuda para crises psicológicas é a melhor solução

Como vimos até aqui, as  crises psicológicas são episódios de intenso sofrimento emocional que podem afetar qualquer pessoa, em qualquer fase da vida. Em uma sociedade cada vez mais conectada, com alimentos ultraprocessados e muitas informações sobre catástrofes ambientais é natural que o medo e as crises aumentem, afetando crianças, adolescentes, adultos e idosos.

A boa notícia é que com os tratamentos adequados, seja por meio de psicoterapia, medicamentos ou uma combinação de ambos, é possível encontrar recuperação para uma qualidade de vida maior, com menor índice de crises.

Se você chegou a este texto em busca de ajuda para suas crises psicológicas, ou de alguém que você conheça, conte com a equipe KPsicologia. Clique aqui, agende seu atendimento e encontre a ajuda que precisa.