O que é dislexia? 5 formas de tratamento
Um problema muito falado, mas pouco explicado. Saiba como identificar a dislexia, que não tem cura, mas que pode ser gerenciado para melhor qualidade de vida
A dislexia é um distúrbio neurobiológico, ou seja, é uma condição que acomete o sistema nervoso, interferindo na capacidade do cérebro de receber e enviar sinais de maneira apropriada. Essa é uma definição da International Dyslexia Association (IDA). Entretanto, a dislexia não é causada por qualquer dano ou lesão estrutural do sistema nervoso. Esse distúrbio afeta a capacidade de uma pessoa ler, escrever e soletrar com precisão. Embora seja comumente associada à dificuldade na leitura, a dislexia é mais do que simplesmente confundir letras ou palavras: é uma questão complexa que pode afetar várias áreas do funcionamento cognitivo.
Esse é um assunto tão importante que tem o dia 16 de novembro como data relativa à atenção ao tema, instituída pela Lei nº 13.085/2015. O objetivo é difundir informações sobre a dislexia para conscientizar a sociedade e mostrar a importância do diagnóstico e tratamento precoces. No Brasil, estima-se que mais de 7,8 milhões de pessoas tenham dislexia, o que corresponde a cerca de 4% da população.
É importante ressaltar que o diagnóstico da dislexia é feito por exclusão, em geral, por equipe multidisciplinar (médico, psicólogo, psicopedagogo, fonoaudiólogo, neurologista). Antes de afirmar que uma pessoa é disléxica, é preciso descartar a ocorrência de deficiências visuais e auditivas, déficit de atenção, escolarização inadequada, problemas emocionais, psicológicos e socioeconômicos que possam interferir na aprendizagem.
Mas, afinal, o que é a dislexia?
Os sintomas da dislexia podem variar de pessoa para pessoa mas, geralmente incluem dificuldade em reconhecer e manipular sons na linguagem falada, dificuldade em associar letras aos sons correspondentes (conhecido como correspondência grafema-fonema), problemas com a fluência na leitura e na compreensão de texto, e dificuldade em soletrar palavras de forma correta. Além disso, pessoas com dislexia podem ter dificuldade em lembrar de informações sequenciais, como a ordem das letras em uma palavra ou a sequência de passos em uma tarefa.
É importante destacar que a dislexia não está relacionada à inteligência.
Muitas pessoas com dislexia têm habilidades cognitivas excepcionais em outras áreas, como criatividade, raciocínio espacial ou habilidades artísticas. No entanto, as dificuldades na leitura e na escrita podem afetar significativamente o desempenho acadêmico e a autoestima dessas pessoas, especialmente se não forem diagnosticadas e tratadas precocemente.
O diagnóstico da dislexia geralmente é feito por profissionais de saúde qualificados, como psicólogo e neuropsicólogo, por meio de uma avaliação abrangente que inclui testes de habilidades de leitura, escrita, linguagem e outras funções cognitivas. É importante ressaltar que a dislexia não é uma condição que pode ser “curada”, mas sim gerenciada com estratégias de intervenção apropriadas.
Conheça os sinais da dislexia
- Dificuldade na aquisição e automação da leitura e da escrita;
- Pobre conhecimento de rima (sons iguais no final das palavras);
- Aliteração (sons iguais no início das palavras);
- Desatenção e dispersão;
- Dificuldade em copiar de livros e da lousa;
- Dificuldade na coordenação motora fina (letras, desenhos, pinturas etc.) ou grossa (ginástica, dança etc.);
- Desorganização geral, constantes atrasos na entrega de trabalhos escolares e perda de pertences;
- Confusão para distinguir esquerda e direita;
- Dificuldade em manusear mapas, dicionários, listas telefônicas etc.;
- Vocabulário pobre, com sentenças curtas e imaturas ou longas e vagas.
Qual o tratamento para dislexia?
1. Intervenção educacional específica
As pessoas com dislexia podem se beneficiar de programas de intervenção educacional especializados, projetados para atender às suas necessidades individuais. Esses programas geralmente incluem estratégias para desenvolver habilidades de decodificação, fluência na leitura, compreensão de texto e habilidades ortográficas.
2. Suporte individualizado
É importante que pessoas com dislexia saibam que podem se beneficiar de suporte individualizado, como na sala de aula, por exemplo: tempo adicional para realizar tarefas de leitura e escrita; acesso a recursos de tecnologia assistiva (como softwares de leitura e escrita); adaptações no método de ensino para atender às suas necessidades específicas.
3. Treinamento multissensorial
Este tipo de treinamento envolve o uso de diferentes modalidades sensoriais (visual, auditiva, tátil) para ensinar habilidades de leitura e escrita. Por exemplo, na escola,as crianças podem praticar a identificação de letras e sons usando materiais táteis, como letras de plástico ou areia, enquanto simultaneamente ouvem e repetem os sons associados a essas letras.
4. Estratégias de compensação
As pessoas com dislexia podem aprender estratégias de compensação para lidar com suas dificuldades de leitura e escrita. Isso pode incluir o uso de técnicas de organização e planejamento, o uso de dicionários e corretores ortográficos, e o desenvolvimento de habilidades de escuta e memória.
5. Apoio psicológico
O apoio psicológico pode ser benéfico para ajudar as pessoas com dislexia a lidar com os desafios emocionais e psicossociais associados à condição, como baixa autoestima, ansiedade e frustração. É importante que o tratamento da dislexia seja abrangente e adaptado às necessidades individuais de cada pessoa. Além disso, o apoio da família, educadores e profissionais de saúde é fundamental para o sucesso no gerenciamento da dislexia e para promover o bem-estar emocional e acadêmico das pessoas afetadas por essa condição.
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